Por Gabriel Ponte
A Genoa Capital prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) cortará a taxa Selic em 0,50 ponto percentual em agosto, diante de uma conjunção de choques que potencializa o efeito desinflacionário na economia local, segundo carta a cotistas referente ao mês de junho divulgada nesta quarta-feira (5).
De acordo com a asset, a queda dos preços das commodities, somada à apreciação do real contra o dólar e a manutenção do centro da meta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), joga a inflação corrente e a esperada para baixo, o que deve resultar em uma convergência de preços.
A Genoa também observa que o novo arcabouço fiscal, em tramitação no Congresso, e a decisão do CMN ajudam a diminuir os riscos de desancoragem das expectativas dos agentes de mercado.
Ainda assim, a gestora enxerga como potencial risco um menor comprometimento das próximas diretorias do Banco Central com o centro da meta perseguido. No entanto, caso essa probabilidade diminua ao longo do segundo semestre, em conjunto com um cenário de estagnação da atividade econômica, o Copom pode começar a discutir a aceleração do ritmo de cortes dos juros ao menos durante algumas reuniões, na avaliação da asset.
A Genoa segue liquidamente comprada em ações no Brasil – quando, somando-se as posições compradas e vendidas em renda variável, o saldo resultante é comprado – e também comprada em real contra o dólar americano.
Nos Estados Unidos, a Genoa observou sinais mistos da atividade econômica no mês de junho. Para que se materialize um cenário de desaceleração mais ampla da economia, a gestora entende que os números do relatório de emprego conhecido como Payroll devam ceder para patamares abaixo dos atuais – os dados do Payroll serão divulgados na sexta-feira (7).
A asset também entende haver, de forma geral, valuations, ou preços, esticados no mercado acionário americano. Ainda assim, alguns setores carregam descontos atrativos, permitindo a manutenção de posições compradas, via estruturas de proteção em índices globais acionários.