Juros futuros fecham em queda apesar de estresse no exterior

Ao fim da sessão regular, o DI com vencimento em Jan/25 recuava 7 pontos-base a 12,62%

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Por: Clara Guimarães

Os contratos futuros de juros fecharam em queda nesta terça-feira, apesar do estresse nas taxas do exterior, com investidores ajustando suas apostas para um possível corte da taxa Selic.

Ao fim da sessão regular, o DI com vencimento em Jan/25 recuava 7 pontos-base a 12,62%; enquanto o DI Jan/27 recuava 12,5 pontos-base a 12,98%; o DI Jan/29 perdia 14 pontos-base a 13,14%; e o de Jan/31 operava em queda de 14 pontos-base, a 13,52%.

Segundo o CEO da Panamby, Reinaldo Le Grazie, a chance de o juro ser cortado antes do esperado entra no radar do mercado, que enxerga “forças que podem levar o Copom a ser mais ameno no comunicado”. A Panamby Capital trouxe para esse ano a possibilidade de haver um corte na Selic, antes previsto para março de 2024.

Já nos Estados Unidos, as taxas dos títulos do Tesouro americano operam majoritariamente em alta, puxadas pelos vencimentos mais curtos — mais sensíveis à política monetária —, reagindo às falas mais duras do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

De acordo com Powell, as projeções para o nível terminal da taxa-alvo Fed Funds deverão ser elevadas nas próximas previsões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), na esteira dos recentes dados econômicos divulgados nos EUA.

O real acompanhou a reação das outras moedas emergentes à fala de Powell, com o dólar futuro em alta de 0,62% a R$5,218, perto das 16h30. Já o rendimento do título do Tesouro americano de dois anos subia 10,4 pontos-base, a 4,998%. 

Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group, acredita que ainda há espaço para uma precificação ainda mais alta dos juros nos Estados Unidos. “Na nossa visão, ela está mais para 6% do que para 5%”, disse.