Dólar e DIs longos avançam à espera de dados de inflação nos EUA e no Brasil

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta quarta (9)

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Por Fabricio Julião

O dólar subiu ante o real pelo quarto dia consecutivo, enquanto as taxas dos contratos de juros futuros fecharam sem direção definida nesta quarta-feira (9), com investidores ajustando posições à espera de dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil. A deflação na China em julho reportada mais cedo também impactou os mercados.

Ao fim da sessão, o dólar à vista avançou 0,17%, a R$4,9065. Perto das 17h00, em uma cesta de 22 moedas acompanhada pela Mover, o dólar depreciava perante 15 e o Índice DXY recuava 0,10%, aos 102.442 pontos.

A moeda americana perdeu fôlego ante a maior parte de seus pares nesta quarta-feira, após sucessivas altas.

“Em relação ao real, houve um movimento de proteção, em dia de baixa liquidez. Os agentes estão à espera da divulgação do CPI [inflação ao consumidor] americano de amanhã, antes da divulgação do IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo]”, afirmou o diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Caso a inflação nos EUA saia acima do esperado, as apostas em novas altas de juros devem voltar a ganhar força. Esse cenário leva à perda de valor do real ante o dólar e força os juros futuros no Brasil a subirem.

Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados do IPCA de julho, com investidores na expectativa de um possível afrouxamento nos núcleos de Serviços, que apareceram pressionados nas leituras anteriores, apesar da desaceleração do indicador. Os dados podem corroborar com a sinalização do BC de seguir com cortes de 50 pbs na Selic até o fim do ano ou forçar a autarquia a mudar os rumos da política monetária.

Em meio a essas expectativas, os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 caíram 0,5 ponto-base e 1,5 pb, respectivamente, a 12,45% e 10,43%. Já os vértices para Jan/27 e Jan/31 subiram 4,0 pbs e 10,0 pbs, a 10,05% e 10,80%.

Mais cedo, os dados de vendas no varejo de junho acima do esperado na comparação anual contribuíram para a inclinação da curva dos juros futuros. Indicadores de inflação sob controle na China também arrefeceram o pessimismo instaurado ontem, diminuindo o sentimento de uma atividade global mais fraca e podendo levar os DIs a subirem no longo prazo.