Por Luciano Costa
A Eletrobras, maior elétrica da América Latina, reportou prejuízo no quarto trimestre, revertendo lucro visto no mesmo período de 2021 devido a uma provisão bilionária por dívidas a receber da distribuidora Amazonas Energia e custos de programas de demissão voluntária, PDVs, embora tenha conseguido reverter em parte perdas anteriores com o chamado empréstimo compulsório, herança dos tempos de estatal da companhia.
O prejuízo líquido da Eletrobras entre outubro e dezembro passados somou R$479 milhões, contra ganhos de R$610 milhões um ano antes. No exercício inteiro de 2022, o primeiro concluído como uma empresa privada, os lucros foram de R$3,6 bilhões, queda de 36% ano a ano.
O lucro operacional, medido pelo EBITDA ajustado, foi de R$4,4 bilhões, recuo de 10% em base anual, enquanto a receita líquida caiu 14%, para R$9 bilhões no período.
O resultado do trimestre foi impactado negativamente pela contabilização de custos não recorrentes de R$1,26 bilhão com plano de demissão voluntária, à medida que a companhia busca reduzir quadros depois da desestatização.
A Eletrobras ainda registrou provisão de recebíveis associados a dívidas a receber da distribuidora Amazonas Energia, que antes pertencia à companhia, mas foi privatizada e está em crise financeira, com atrasos em pagamentos. O impacto foi de R$2,5 bilhões.
Por outro lado, a Eletrobras registrou reversão de R$379 milhões em provisões relacionadas ao chamado empréstimo compulsório, que havia exigido provisão de R$1,57 bilhão no ano anterior. A companhia disse que obteve deságios de R$563 milhões em acordos sobre o tema.
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