Por Ana Luiza Serrão
Analistas do Santander Investment & Corporate avaliam que o esperado ciclo de redução dos juros no Brasil, projetado por analistas para iniciar em agosto, deve levar algum tempo para gerar efeitos sobre a Magazine Luiza (MGLU3), apesar de expectativas em geral de que o varejo pudesse ser apoiado com a flexibilização monetária.
Na manhã desta segunda-feira, os papéis da Magalu despencavam mais de 4% e apareciam entre as maiores retrações percentuais do Ibovespa, junto com outras empresas do segmento de varejo, como Via (VIIA3) e Lojas Renner (LREN3).
Por volta de 15h20, os papéis ON da Magalu caíam 4,09%, a R$3,06 cada, no terceiro pior desempenho no índice de ações mais líquidas; Lojas Renner e Via lideravam as perdas, com queda de 5,19% e 4,38%, respectivamente. No mesmo momento, o Ibovespa tinha queda de 0,61%, a 118,16 mil pontos, e o Índice de Consumo recuava 0,92%.
A equipe do banco de investimento do Santander, com Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, elevou o preço-alvo para as ações da Magazine Luiza, mas manteve visão neutra para os papéis, acreditando que os ganhos da companhia continuam sob pressão, visto que “o ciclo de flexibilização pode levar algum tempo para ser sentido”.
Os analistas reduziram a estimativa para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da Magalu, EBITDA, em 14% para 2023, por não verem melhora relevante no ambiente de consumo que possa levar à retomada dos lucros da companhia, projetando ainda ventos contrários nos impostos sobre vendas.
Apesar do cenário pressionado de curto prazo, o Santander elevou o preço-alvo dos papéis da Magalu, de R$2,80 previstos antes para o final de 2023 para R$4,30 no fim de 2024, apontando que a margem EBITDA da varejista pode subir acentuadamente nos próximos dois anos devido à melhora no ambiente de consumo, favorecendo a demanda por bens duráveis, e pelo rápido crescimento dos negócios de “marketplace”.