Dólar sobe em ajuste, com maior aversão ao risco global; DIs recuam

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta quinta (24)

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Por Fabricio Julião

O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira (24), em correção à derrocada no dia anterior e com maior aversão ao risco global. Investidores ajustam posição à espera do discurso de Jerome Powell, amanhã, no simpósio de Jackson Hole, que deve oferecer pistas sobre os rumos da política monetária nos Estados Unidos. Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 0,47%, a R$4,8795. 

A atenção do mercado está voltada para o evento que reúne representantes de bancos centrais de diversos países, em Wyoming, nos Estados Unidos. Hoje, o presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, disse em entrevista à CNBC que o banco central americano não deve mais aumentar os juros neste ano. 

A declaração de Harker ocorreu após a divulgação de novos dados de atividade econômica norte-americana. Os pedidos de bens duráveis nos EUA caíram 5,2% em julho na comparação mensal, ante expectativa de recuo de 4%. Já os pedidos semanais de auxílio-desemprego atingiram 230 mil no país, ante expectativa de 240 mil. 

“O resultado da atividade estagnada nos Estados Unidos aumentou a esperança de um alívio no ciclo de aperto monetário por lá. Por aqui, a aprovação do marco fiscal teve um impacto positivo para o real, que levou a uma forte valorização ontem e vem apresentando correção no pregão de hoje”, afirmou o head de câmbio da B&T Câmbio, Diego Costa. 

As taxas de contratos dos juros futuros encerraram em queda, com a expectativa de paralisação no aperto monetário do Fed, após dados abaixo do esperado nos Estados Unidos. O rendimento das Treasuries americanas subia levemente por volta das 17h, depois da queda acentuada na véspera, mas não foi o suficiente para puxar a curva dos DIs para cima por aqui. 

Os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 caíram 2,0 pbs e 3,5 pbs, respectivamente, a 12,38% e 10,40%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 recuaram 5,0 pbs e 1,0 pb, na mesma ordem, a 10,16% e 11,01%. 

“Os investidores aproveitaram o prêmio das altas recentes dos juros futuros e provocaram um fechamento da curva dos DIs. Então, hoje temos uma realização de lucros. Outro ponto é que o mercado ainda está refletindo a aprovação do novo arcabouço fiscal. Os juros futuros começaram a cair um dia antes da aprovação e seguem caindo”, destacou o head de renda variável da A7 Capital, André Fernandes. 

Hoje, o Tesouro Nacional realizou o tradicional leilão de prefixados de quinta-feira e vendeu todos os papéis ofertados, o que mostrou um apetite maior dos investidores pelos títulos, em meio ao ciclo de cortes da Selic.