Dólar recua com novos estímulos da China; DIs caem com expectativa de decisões monetárias

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta segunda (11)

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Por Fabricio Julião

O dólar caiu ante o real nesta segunda-feira (11), em sessão de menor aversão ao risco. As taxas de contratos dos juros futuros, por sua vez, fecharam em baixa, com hesitação dos investidores em relação ao crescimento da economia mundial, de olho nos dados de inflação que serão divulgados nesta semana nos Estados Unidos e no Brasil. Ao fim da sessão, o dólar à vista recuou 1,03%, a R$4,9308. 

“A desvalorização frente ao real acompanha o desempenho da moeda americana no exterior, que também é de declínio. As notícias positivas vindas do exterior, especialmente de China e dos EUA, acabaram beneficiando os mercados emergentes nesta sessão, criando um cenário mais propenso ao risco”, afirmou o head de câmbio da B&T Câmbio. 

Em uma cesta de 22 moedas acompanhada pela Mover, o dólar americano cedia diante de 19, por volta das 17h. O Índice DXY recuava 0,48% no mesmo horário, aos 104.455 pontos.

O otimismo em relação à recuperação da economia chinesa abriu o apetite dos investidores por mais risco, beneficiando sobretudo emergentes como Brasil e México. Hoje, o país asiático anunciou que os empréstimos para o setor privado vieram acima do esperado, o que, junto com os dados inflacionários abaixo do consenso, alastraram o bom humor. 

“Temos uma visão de que a China desacelera, com o setor imobiliário enfrentando problemas, mas sem uma crise. O cenário de commodities não é ruim, e o minério de ferro e o de cobre vem sendo impulsionados com os estímulos do governo chinês, o que favorece o Brasil”, afirmou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala. 

Nos Estados Unidos, a confiança da secretária do Tesouro, Janet Yellen, em uma abordagem de “pouso suave” no aperto monetário ainda repercute. Agentes financeiros aguardam os dados da inflação ao consumidor na quarta-feira, da inflação ao produtor e dos pedidos de seguro-desemprego na quinta, e da produção industrial na sexta. 

Por aqui, as expectativas recaem sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, que será divulgado amanhã às 9h. Segundo o TC Consenso, a expectativa é de que o indicador oficial de inflação do país acelere para 0,25%. No último mês, o IPCA registrou alta de 0,12%. Em agosto de 2022, houve deflação de 0,36%. 

Os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 fecharam em queda de 3,0 pontos-base e 6,5 pbs, respectivamente, a 12,31% e 10,48%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 caíram 7,5 pbs e 4,0 pbs, na mesma ordem, a 10,38% e 11,20%. 

Na sessão de hoje, o rendimento das Treasuries americanas rondou perto da estabilidade, e a falta de pressão permitiu uma queda leve dos DIs. Também contribuiu para o movimento maiores preocupações com a atividade econômica da Europa, reforçando a tese de que o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter a taxa de juros na próxima decisão.