Por Fabricio Julião
O dólar e as taxas de contratos de juros futuros subiam nos primeiros negócios desta terça-feira, um dia antes das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Investidores também digerem a piora nas projeções para a inflação do Boletim Focus desta manhã e o novo pacote de arrecadação anunciado pelo governo no fim de semana.
Por volta de 9h40, o dólar à vista avançava 0,75% frente ao real, a R$5,0263. Já o contrato de dólar futuro subia 0,78% na B3, negociado a R$5,056.
Os DIs tinham alta generalizada no início do dia. Os contratos mais negociados com vencimento em Jan/25 subiam 1 ponto-base, a 12,08%, enquanto os com vencimento em Jan/27 avançavam 5 pontos-base, a 11,86%.
O Banco Central do Brasil decide na quarta-feira o nível da taxa básica de juros Selic, que deve seguir mantida em 13,75%. Deve pesar no comunicado as estimativas do Boletim Focus divulgado hoje, que indicou alta nas projeções da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,04% para 6,05%, na quinta alta consecutiva, enquanto o PIB subiu de 0,96% para 1%. O relatório, contudo, manteve a Selic para este ano inalterada em 12,50% ao ano
Nos Estados Unidos, as apostas são majoritárias em elevação dos fed funds em 25 pontos-base, ao intervalo de 5% a 5,25% ao ano, mas uma decisão de fim do aperto monetário pelo Federal Reserve, o banco central americano, não está descartada.
O mercado também repercute hoje o pacote tributário anunciado pelo governo brasileiro no domingo, que inclui a inesperada taxação de rendimentos no exterior de pessoas físicas residentes no Brasil, a partir de 2024. A tributação foi incluída na Medida Provisória (MP) 1.171, que também alterou a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física. Agora, a faixa de isenção passou para até dois salários-mínimos (R$ 2.640).
Segundo o Ministério da Fazenda, a tributação dos rendimentos no exterior deve gerar uma arrecadação potencial de R$3,25 bilhões em 2023, R$3,59 bilhões no próximo ano e reforçar o caixa em R$6,75 bilhões em 2025.