Por: Fabricio Julião
O dólar e as taxas de contratos dos juros futuros abriram em baixa nesta sexta-feira, reverberando um movimento de ajuste à disparada dos ativos na véspera, enquanto os investidores digerem a decisão de juros no Japão e esperam pela publicação de dados de atividade nos Estados Unidos.
Por volta das 9h20, o dólar à vista caía 0,51%, a R$4,9112, enquanto o dólar futuro recuava 0,52%, a R$4,916.
Pares emergentes voltam a ganhar terreno na sessão de hoje, com o real e o peso mexicano entre as principais altas do dia. Já moedas mais líquidas e fortes, como o euro e a libra, operavam em queda ante o dólar. A moeda americana cedia nesta manhã diante de 13 das 23 divisas acompanhadas pela Mover. O índice DXY, por sua vez, subia 0,16%, a 105.553 pontos.
Na madrugada, o Banco do Japão (BoJ) manteve a taxa de juros ultrabaixa em 0,1% e sinalizou que só irá abandonar a estratégia caso a inflação atinja patamares consistentes de alta acima dos 2%. O presidente da instituição, Kazuo Ueda, disse que os preços, de fato, têm aumentado no país asiático, mas que isso pode ser algo transitório em relação a pressões globais, como a alta do petróleo.
Nos EUA, o mercado aguarda os índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) composto, industrial e de serviços de setembro, divulgados pela S&P Global, às 10h45. Os indicadores devem mostrar uma economia contracionista devido à inflação persistente, que afugenta investimentos nestes setores. Às 14h, a Baker Hughes divulga a contagem semanal de sondas de petróleo.
Hoje, o rendimento das Treasuries americanas opera em baixa de cerca de 3,0 pontos-base, arrefecendo após a disparada do título de dez anos do Tesouro dos EUA ontem, após a leitura do Federal Reserve sobre as condições para o aperto monetário ainda este ano.
Por aqui, a menor pressão dos títulos americanos colabora com a baixa dos DIs, que também se ajustam após subiram na sessão anterior. Os vértices para jan/25 e jan/27 caíam 3,5 pbs e 5,5 pbs, respectivamente, a 10,53% e 10,49%. Já o para jan/31 recuava 6,0 pbs, a 11,34%.
Na cena local, reverberam as falas de ontem após o fechamento do mercado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçando a necessidade do cumprimento das metas fiscais propostas. Isso foi algo mencionado no comunicado do Banco Central após o corte de 50 pbs da Selic, o que contribui para a baixa dos contratos de juros futuros nesta manhã.