Por Juliana Machado
O dólar encerrou em leve baixa na sessão desta sexta-feira (28), enquanto os contratos de juros futuros de curto prazo subiram e os de longo prazo caíram. De um lado, investidores reduziram o prêmio de risco nos mercados, de olho em uma inflação mais comportada nos Estados Unidos, enquanto ajustaram sua exposição antes da decisão de política monetária no Brasil na semana que vem.
O dólar à vista terminou o dia em queda de 0,58%, a R$4,7315, na semana acumulou uma perda de 1,00%. Em uma cesta de 22 moedas acompanhadas pela Mover, o dólar oscila de forma mista, e o real, que chegou a ser a segunda divisa de melhor desempenho no dia, passou a ficar atrás de outros emergentes, como peso mexicano, lira turca e rúpia indiana.
Os investidores receberam bem as informações do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE), que mostrou desaceleração da inflação americana na base mensal, em linha com a expectativa do mercado. O dado, bastante observado pelo Federal Reserve, ajuda a estimular a tomada de risco e contribuiu para que os rendimentos dos títulos do Tesouro americano tivessem queda no dia.
Por aqui, o investidor também acompanhou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que apresentou deflação em julho, em linha com o consenso, enquanto a taxa de desemprego no segundo trimestre chegou a 8%, abaixo do consenso. Os dados mostram que o país segue com uma atividade mais firme e com um mercado de trabalho resiliente, embora a inflação siga perdendo terreno – o que reforça a possibilidade de corte de juros por aqui.
As informações foram relevantes para o movimento no mercado de juros futuros, sobretudo nos vértices mais longos. O DI para jan/27 teve queda de 2 pontos-base na sessão regular, a 10,19%, enquanto o DI para jan/31 caiu 1 ponto-base, a 10,83%; o DI para jan/33 cedeu 2 pontos-base, a 10,93%.
Os contratos mais curtos, porém, tiveram um ajuste para cima no fim dos negócios, antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com leve correção de algumas apostas de um corte mais intenso de juros. O DI para jan/24 subiu 2 pontos-base, para 12,62%, enquanto o DI para jan/25 teve leve alta de 0,5 ponto-base, a 10,63%.