Dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 4,98, diz Focus

Boletim do BC eleva as expectativas para o dólar e o crescimento do PIB

Pixabay
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Por Bruno Andrade

O dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 4,98, mostra relatório do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (28). A nova cifra apresenta uma alta de 1,42% na comparação com as estimativas do início do mês, quando a média do mercado estimava o dólar em R$ 4,91. Para 2024, a projeção é do dólar a R$ 5.

A mudança acontece dias após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmar que o Fed pode precisar aumentar ainda mais a taxa de juros para garantir que a inflação seja contida nos Estados Unidos.

Powell disse que as autoridades de política monetária do Fed “procederão com cuidado ao decidirmos se devemos apertar mais”, mas também deixou claro que o banco central ainda não concluiu que sua taxa básica de juros está alta o suficiente para garantir que a inflação retorne à meta de 2%.

“A função do Fed é reduzir a inflação para nossa meta de 2%, e é o que faremos”, disse Powell. “Apertamos significativamente a política monetária ao longo do último ano. Quanto maior os juros nos EUA, mais o dinheiro americano se valoriza na comparação com outras moedas.

Por outro lado, o moeda brasileira não deve sofrer tanta pressão pelo fato de a Selic continuar em uma patamar elevado. A estimativa do mercado é que a taxa básica de juros da economia termine 2023 em 11,75%. Já em 2024, a estimativa é de uma Selic a 9% ao ano.

O desempenho econômico, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), foi projetado em alta de 2,31%, contra 2,24% no início de agosto. Para 2024, a estimativa é de 1,33% contra 1,3%.

As estimativas de inflação também cresceram no mês de agosto, indo de 4,84% para 4,90%. O crescimento inflacionário aconteceu após a alta dos combustíveis feita pela Petrobras (PETR4) na semana anterior.

A gasolina na refinaria da petroleira subiu em R$0,41 por litro, para R$2,93, em média, e o diesel aumentou R$0,78 por ltiro, para R$3,80 em média

Segundo a Petrobras, a mudança aconteceu após “a consolidação dos preços do petróleo em outro patamar”. A empresa afirmou que havia atingido o “limite de sua otimização operacional”.

Para 2024, a estimativa de inflação segue menor após cair de 3,89% no início de agosto para 3,87% nesta segunda-feira (28).