O dólar recuou pelo segundo dia consecutivo ante o real nesta quarta-feira (12), impactado pelo arrefecimento da inflação ao consumidor americano (CPI). As taxas dos contratos de juros futuros também refletiram o alívio sobre os preços nos EUA, mas fecharam sem direção única. O dólar à vista fechou em queda de 0,92%, a R$4,8174. Perto das 17h00, o Índice DXY recuava 1,10%, aos 100.539 pontos, no menor patamar desde abril de 2022.
A moeda americana desvalorizou perante a maior parte de divisas pares no mundo, com o sentimento de menor aversão ao risco global na sessão de hoje. Em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, o dólar caía frente a 19 também perto das 17h00.
O real iniciou o dia em queda, mas logo passou a subir após o Departamento de Trabalho dos EUA divulgar a variação mensal de 0,2% do núcleo do CPI, ante expectativa de 0,3% do mercado. A desaceleração mais forte que o esperado da inflação americana apreciou o real e outras moedas de países emergentes frente ao dólar.
O movimento ocorreu porque, com uma política monetária menos restritiva nos EUA, o diferencial de juros brasileiro se mantém elevado, mesmo considerando que a Selic, atualmente em 13,75%, deva cair a partir de agosto. Quando esse diferencial é menor, investidores podem preferir alocar recursos em ativos americanos, considerados mais seguros.
Os DIs com vencimentos em Jan/24 fecharam em queda de 0,5 ponto-base, a 12,84%, enquanto os DIs para Jan/25 subiram 3,5 pbs, a 10,79%. Já as taxas dos contratos para Jan/27 ficaram estáveis, a 10,12%, e os vértices para Jan/31 encerraram em queda de 3,0 pbs, a 10,58%.
Mais cedo, a divulgação da alta de 0,9% no volume do setor de serviços em maio no Brasil contribuiu para impulsionar alguns vértices, visto que o alívio sobre os preços continua na mira do Banco Central para o início do corte da Selic.
“Esse crescimento pode alimentar certa preocupação, caso lido sob a ótica de pressões sobre os preços. Apesar da deflação registrada em junho, o Índice Nacional de Preços Amplo (IPCA) divulgado ontem sinalizou que os preços no setor terciário da economia continuam subindo em um ritmo substancialmente mais alto do que a meta do BC por aqui” afirmou a economista-chefe da Rico, Rachel de Sá.