CSN mira IPO de até cinco unidades de negócio, começando por cimento, diz CEO

Companhias que a CSN quer criar seriam voltadas à siderurgia, cimentos, logística e energia

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Por: Luciano Costa

A CSN (CSNA3) pretende desenvolver novos negócios a partir de suas próprias operações, com visão de futuramente listar essas subsidiárias em bolsa, como ocorreu com a CSN Mineração, disse hoje o presidente do grupo, Benjamin Steinbruch.

As companhias que a CSN quer criar seriam voltadas à siderurgia, cimentos, logística e energia, sendo que nesse último segmento a companhia já opera 2,1 gigawatts em capacidade, após aquisições que incluíram a compra da CEEE Geração, privatizada pelo governo do Rio Grande do Sul.

“À medida que essas operações tenham tamanho suficiente, vamos ‘spinoffar’ (cindir) elas da CSN, e listamos. Temos o cimento eventualmente como o próximo a ser feito”, disse Steinbruch, durante participação no CSN Day.

“A CSN é uma cartola de mágico que permite você construir novos negócios a cada momento”, acrescentou ele, ao explicar os planos a acionistas e analistas.

No negócio de energia, a CSN poderá tanto mirar um IPO quanto atrair um parceiro. “O intuito é o mesmo, nós queremos crescer com o negócio de energia”, disse o CEO.

Ele também disse que a CSN buscará meta de manter alavancagem abaixo de 2 vezes em 2024, de 2,5 vezes no terceiro trimestre, mesmo com um robusto plano de investimentos divulgado hoje, com R$7,9 bi para siderurgia em 2023-2028, R$15,3 bilhões para mineração e R$1 bilhão para crescimento orgânico em cimento. 

A CSN conseguirá conciliar os investimentos e dividendos com alavancagem, e eventualmente, se necessário, em caso de alguma oscilação mais brusca de mercado, poderá vender parte de suas ações na CSN Mineração ou papéis que detém na Usiminas para levantar recursos, disse Steinbruch.

O executivo projetou ainda um 2024 “muito melhor” para o setor de aço, após um 2023 marcado por fortes importações da China que têm gerado queixas das siderúrgicas nacionais. Para Steinbruch, “o Brasil não pode ter medo” de discutir o tema com o país asiático, e o governo precisaria tomar alguma atitude para proteger o setor. 

(LC | Edição: Gabriel Ponte | Comentários: equipemover@tc.com.br)