Casas Bahia tem balanço pior que o esperado após início de reestruturação

Empresa encerrou trimestre com R$2,8 bilhões em caixa

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Por: Bruno Andrade

O Grupo Casas Bahia (BHIA3), antiga Via, reportou resultado final pior que as já negativas expectativas do mercado, em meio à alta de custos causados por sua reestruturação, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira.

A segunda maior empresa de comércio varejista do Brasil reportou prejuízo líquido de R$836 milhões no terceiro trimestre de 2023, piora de 311,8% na comparação com as perdas de R$203 milhões do mesmo período do ano anterior. O número foi pior que a estimativa de prejuízo de R$602,67 milhões do TC Consenso.

“Houve um impacto não recorrente de fatores ligados ao Plano de Transformação que se referem à reestruturação, otimização de quadro de pessoas e fechamento de lojas, contabilizados na linha de outras receitas e despesas”, disse a empresa.

Essa reestruturação causou uma perda de R$204 milhões com redução de estoques, R$190 milhões com a reestruturação de modo geral, como demissões, e R$66 milhões para a provisão do cartão co-branded.

Sem esses efeitos, a empresa teria um prejuízo de R$376 milhões, melhor que o esperado pelo mercado. No trimestre, a varejista fechou 38 lojas e readequou outros três centros de distribuição.O plano de reestruturação prevê encerramento de 50 a 100 lojas.

O Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional, ficou negativo em R$66 milhões,como reflexo principalmente de fatores não recorrentes que impactaram na redução de vendas e redução de margem bruta. No ano anterior, a empresa teve um Ebitda de R$390 milhões.

A receita líquida somou R$6,6 bilhões, estável em relação ao ano anterior. O Volume Bruto das Mercadorias, conhecido como GMV, ficou em R$9,81 bilhões, queda de 4,1%, puxada pelo GMV online, que recuou 16,9% no trimestre.

A empresa encerrou o período com R$2,8 bilhões em caixa, o mesmo do trimestre anterior, enquanto a dívida bruta se manteve em R$3,7 bilhões. Nos últimos anos, a empresa sofreu drasticamente com a queima de caixa e alta do endividamento, em meio a alta da taxa básica de juros da economia, a Selic, de 2% ao ano para acima dos dois dígitos, atualmente em 12,25% ao ano. 

Em evento em 20 de setembro, Franklin estimou que o Grupo Casas Bahia deve continuar queimando caixa até o início de 2025, mas afirmou que “a quantidade de caixa a ser queimada deve diminuir ao longo dos próximos trimestres”. Na ocasião, ele citou um plano de queima de estoque que poderia gerar R$1 bilhão em caixa se bem sucedido.