Por Reuters
A Câmara dos Deputados apresenta-se segmentada quando o quesito é a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas a maioria dos parlamentares vê como alta a chance de aprovação da agenda prioritária do Planalto, apontou nesta quinta-feira (10) a primeira edição da sondagem “O que pensam os deputados federais”, da Genial/Quaest.
De acordo com o levantamento, 35% dos parlamentares aprovam o governo Lula, enquanto 33% o avaliam negativamente. Outros 30% o consideram regular. Os patamares verificados são próximos dos registrados em pesquisa do mesmo instituto que apurou a avaliação da opinião pública, em junho, que apontou 37% de avaliação positiva, 27% de negativa e 32% de regular.
Ao se levar em conta o recorte ideológico na Câmara, 34% dos deputados que se identificam como integrantes do centro aprovam o governo Lula, enquanto 56% o avaliam como regular. Entre os parlamentares de esquerda, a gestão tem avaliação positiva de 86%. Já no campo da direita, a avaliação negativa chega a 74%.
A maior parte do centro — 70% — respondeu que o país segue na direção correta. Outros 25% discordam da afirmação e 5% não sabem ou não responderam.
Mais da metade dos entrevistados — 56% — consideram que a chance de aprovação da agenda do governo é alta, enquanto 37% disseram que as chances são baixas e 6% não sabem ou não responderam.
O fator determinante para o sucesso das votações de interesse do Planalto, disseram 40% dos entrevistados pela pesquisa, diz respeito ao cumprimento dos acordos com líderes partidários e liberação de emendas parlamentares.
Em seguida, com 22%, os deputados apontaram como importante para a aprovação da agenda do Planalto que o governo ouça sugestões às propostas antes de apresentá-las. Com 15%, empatadas, aparecem a necessidade de uma boa relação com o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o apoio popular para as propostas.
Ao avaliarem a relação da Câmara com o governo, 41% a consideram ruim. Ela é regular para 32% e positiva para 24%. Para 67%, o governo dá menos atenção aos parlamentares do que deveria.
Entre quais deveriam ser as prioridades do governo, 42% dos parlamentares elencaram as medidas arrecadatórias, caso da taxação de apostas online. A reforma tributária deveria ser a prioridade para 23%.
A pesquisa também apurou os setores com maior influência sobre as decisões no Parlamento, na avaliação dos deputados. O agronegócio lidera a lista dos mais influentes com 77%, seguido do setor financeiro (58%) e da indústria (52%).
Os deputados também avaliaram os ministros de Lula. Lideram o ranking dos melhores avaliados o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é bem avaliado por 52%, seguido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, por 48%, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, por 47%.
A pesquisa ouviu 185 deputados (36% do número total), em amostra proporcional às regiões do país e aos partidos políticos, de acordo com a Genial/Quaest. O levantamento foi realizado entre os dias 13 de junho e 6 de agosto, com entrevistas presenciais e online. A margem de erro é estimada em 4,8 pontos percentuais.