Por Artur Horta
O Bradesco registrou lucro acima do esperado pelo mercado no primeiro trimestre de 2023, em meio a um reposicionamento da carteira de crédito em busca de menores riscos.
O segundo maior banco privado do país reportou lucro recorrente de R$4,28 bilhões no período, acima do consenso Mover de R$3,91 bilhões, embora com recuo 37,3% na base anual. Em relação ao quarto trimestre de 2022, um dos piores da história da instituição sediada em Osasco (SP), o resultado subiu 168,3%.
Já a rentabilidade medida pelo ROAE ficou em 10,6%, um pouco acima da expectativa de analistas, de 10,0%.
A margem financeira do banco ficou em R$16,65 bilhões, recuo de 2,4% na base anual e de 0,1% no trimestre, pouco abaixo do consenso de R$17,02 bilhões. Já a carteira de crédito alcançou R$879,3 bilhões, alta de 5,4% ano a ano, mas queda de 1,4% frente ao quarto trimestre.
Segundo o Bradesco, os números podem ser explicados pelas “ações de revisão das políticas de crédito e o maior rigor nos modelos de concessão”, que visam reduzir o risco da carteira, mas que têm produzido efeitos nos volumes e spreads de originação, bem como no mix.
O índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 5,1%, alta de 0,8 ponto percentual ante os três meses anteriores. “As revisões e ajustes nas políticas de crédito que estão sendo realizados nesse cenário agravado vêm trazendo a inadimplência das novas safras para patamares inferiores aos observados atualmente”, afirmou.
No mesmo período, as provisões recuaram 36%, para R$9,52 bilhões, enquanto o índice de cobertura caiu 21,8 pontos percentuais, para 182%.
A diretoria deve comentar os resultados em teleconferência amanhã, às 10h30.
As ações preferenciais do Bradesco encerraram o pregão em alta de 2,33% na B3, cotadas a R$14,07. No acmulado do ano, os papéis caem 4,61%.