Por Reuters
O banco central da China usará ferramentas como a taxa de reserva obrigatória dos bancos e empréstimos de médio prazo para enfrentar os desafios enfrentados pela segunda maior economia do mundo, disse uma autoridade da instituição nesta sexta-feira.
O ímpeto na recuperação pós-pandêmica da China desacelerou de forma acentuada após uma aceleração no primeiro trimestre, aumentando a pressão sobre as autoridades por novas medidas de estímulo.
De acordo com as necessidades da situação econômica e de preços, o Banco do Povo da China “fará uso abrangente de várias ferramentas de política monetária, como a taxa de reserva obrigatória, empréstimo de médio prazo, operações de mercado aberto”, disse Zou Lan, chefe do departamento de política monetária do banco central.
“Nos últimos anos, a China insistiu em implementar uma política monetária prudente e normal, com espaço suficiente para medidas e ferramentas abundantes”, disse Zou em coletiva de imprensa, acrescentando que o banco manterá o crescimento do crédito apropriado e orientará os bancos a aumentarem os empréstimos a empresas pequenas privadas.
O banco central intensificará os “ajustes anticíclicos” para apoiar a recuperação econômica, disse o vice-presidente da instituição, Liu Guoqiang, na coletiva de imprensa.
As exportações da China caíram no mês passado em seu ritmo mais rápido desde o início da pandemia da Covid-19 há três anos, mostraram dados na quinta-feira. A economia provavelmente cresceu 7,3% no segundo trimestre em relação ao ano anterior devido a uma base baixa, de acordo com uma previsão de dados de segunda-feira em uma pesquisa da Reuters, mas o impulso está diminuindo rapidamente.
O banco central cortou a taxa de reserva dos bancos em março e cortou seus juros de referência em modestos 10 pontos-base em junho, a primeira redução em 10 meses.
Analistas consultados pela Reuters esperam que o banco central reduza a taxa de reserva em 25 pontos-base no terceiro trimestre.
A pressão de baixa dos preços está aumentando, já que os preços ao consumidor oscilaram à beira da deflação e a deflação ao produtor piorou em junho. Mas Liu disse que a China não viu deflação e não houve riscos deflacionários para o segundo semestre.