Por Bruno Andrade
O arcabouço fiscal e o Carf podem ser votados ainda hoje, disse o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (07). “Terei uma reunião com líderes hoje e vamos definir se vamos votar ou não, por mim, votamos tudo hoje”, afirmou.
O deputado comentou ainda que a votação do arcabouço fiscal não é algo tão complicado. “O Senado fez alterações pontuais no texto, e o que falta na Câmara é referendar ou não as mudanças. Ainda não sei se vamos aceitar as mudanças ou modifica-las”, explicou.
Inicialmente Lira tinha prometido que votaria as três matérias, que são prioridades para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta semana, que deve ser a última efetiva de trabalho dos parlamentares antes do recesso.
No entanto, com as atenções voltadas para a reforma tributária, o próprio relator da matéria do arcabouço fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), disse que a votação do novo marco fiscal deveria ficar para agosto.
Na coletiva, Lira afirmou que a importância de finalizar o arcabouço ainda hoje é para sinalizar o comprometimento com a responsabilidade fiscal para o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).
A autarquia fará uma reunião em agosto para definir se manterá a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano ou se cortará os juros. Segundo o presidente da Câmara, com as propostas já aprovadas, o corte nos juros pode ser algo já contratado.
“Todas as votações que o Congresso tem feito são para perspectivas de um ambiente mais estável, mais seguro e de mais perspectivas. O texto do Carf ajudará, o texto do arcabouço ajudará e a própria reforma tributária ajudará”, argumentou.
Lira defende Tarcísio
Sobre a Reforma tributária, o político agradeceu a todos que participaram da articulação da proposta, principalmente ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“O Estado de São Paulo, como principal estado da Federação, a nível populacional e de geração de empregos, sempre teve uma postura muito crítica em relação à reforma tributária. Justamente por isso, eu quero reconhecer em público a importância da postura de Tarcísio na condução, na negociação, e de dar a cara para defender a proposta”, explicou.
Ele também comentou que ligou para o ex-presidente Jair Bolsonaro para relembrar que a Reforma Tributária é uma pauta de estado, não de governo. “Eu liguei para o Bolsonaro e disse a ele que a proposta aprovada nesta madrugada nasceu no governo dele e que o Tarcísio é um amigo que deve ser mantido”, comentou.
Por fim, o político fez um balanço sobre o desempenho da Câmara no primeiro semestre. “Todas as matérias programadas de economia, nós entregamos no primeiro semestre”, disse.