Por Bruno Andrade
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas do dia 8 de janeiro ouve, na manhã desta terça-feira (11), o depoimento de tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Mauro Cid está preso desde 3 de maio, acusado de fraudar os cartões de vacinação de Bolsonaro.
Em sua exposição inicial, Mauro Cid, que compareceu fardado à CPI, fez uma exposição inicial em que discorreu sobre o seu currículo militar, disse que atuava como um “transmissor de recados” ao presidente da República e que, em razão de investigações em andamento contra ele, não vai responder a questionamentos de deputados e senadores da CPI.
Ao ser confrontado com questionamentos da relatora da CPI, Eliziane Gama (PSD-MA), Cid respondeu repetidamente que iria se manter em silêncio.
O depoimento estava previsto para a semana passada, mas foi adiado por causa da votação da reforma tributária. Cid tentou não prestar o depoimento em recurso apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Mas a Ministra Carmem Lúcia, determinou que Mauro Cid é obrigado a prestar depoimento à CPMI. Ele pode ser acompanhado por advogados e tem o direito de ficar em silêncio para não responder perguntas que o incriminem.
Uma perícia da Polícia Federal (PF) no telefone celular de Mauro Cid mostrou trocas de mensagens entre ele e o ex-subchefe do Estado Maior do Exército Jean Lawand Júnior tratando de um golpe de estado, o que foi negado por Lawand.
A convocação de Cid foi uma exigência de parlamentares da centro-esquerda e esquerda. São eles: Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG), Rubens Pereira Júnior (PT-MA), Erika Hilton (Psol-SP), Henrique Vieira (Psol-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE), Ana Paula Lobato (PSB-MA), Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado, e do senador licenciado Marcos do Val (ES).
(Com Reuters)