Por Beatriz Lauerti
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres evitou incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no âmbito de uma ação que questiona uma reunião realizada pelo governo com embaixadores.
O depoente prestou esclarecimentos sobre um documento – anexado ao processo que está no TSE – encontrado em sua casa em uma ação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal, denominado “minuta do golpe”.
Torres julgou o documento como “folclórico”, “loucura” e um “lixo” e respondeu todas as perguntas, segundo apuração da TV Globo.
O ex-ministro de Bolsonaro afirmou desconhecer a autoria do texto com teor golpista e negou ter falado sobre o assunto com Bolsonaro.
A reunião do ex-presidente com os embaixadores sobre a qual se trata a ação ocorreu em julho de 2022, ocasião na qual Bolsonaro atacou as urnas e o sistema eleitoral sem provas.
O processo que corre no TSE, chamado de Ação de Investigação Judicial Eleitoral, foi apresentado pelo PDT e pode tornar Bolsonaro inelegível.
A minuta previa o estabelecimento de um estado de defesa para alterar o resultado das eleições presidenciais de 2022, vencidas pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-ministro é investigado por inquérito que envolve os ataques à Brasília ocorridos em 8 de janeiro, e está preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).