Por Artur Horta
As ações do Grupo Casas Bahia, ex-Via (VIIA3), operavam nesta quinta-feira (14) na maior queda percentual desde o estouro da crise da Covid-19, em março de 2020, após a companhia frustrar as expectativas em sua emissão de ações.
Perto das 10h50, os papéis ordinários da varejista derretiam 27,03% na B3, cotados a R$0,81. Por volta das 14h45, o tombo diminuiu e era operado em queda de 18,92%, por R$ 0,90.
A segunda maior empresa de comércio varejista do Brasil precificou sua oferta subsequente a R$0,80 por ação, um desconto de 28% ante o preço de fechamento dos papéis ontem. A empresa vendeu 779 milhões de ações e colocou R$623 milhões no caixa, abaixo da expectativa inicial de levantar cerca de R$1 bilhão com a operação.
A dificuldade de levantar recursos na oferta reforça o sentimento de desconfiança quanto à possível recuperação da Casas Bahia, que tem amargado seguidos prejuízos devido ao nível elevado de endividamento e ao cenário macroeconômico desafiador para o varejo, de acordo com traders consultados pela Mover.
“Os R$623 milhões não pagam um trimestre de despesa financeira, considerando também os aluguéis da companhia”, disse à Mover o analista do TC Matrix, Malek Zein.
A Casas Bahia ainda pode angariar mais recursos, já que o conselho aprovou a emissão de até 622,9 milhões de bônus de subscrição aos subscritores das ações, que foram ofertados e alocados à razão de quatro bônus de subscrição para cada cinco ações subscritas na oferta. Caso a totalidade dos bônus de subscrição seja emitida e exercida, o montante captado pode chegar a R$1,12 bilhão.